Empoderamento. De acordo com o dicionário, significa dar ou obter poder. A palavra que está na moda e vem transformando a vida de muitas pessoas agora é vista nas vitrines. Chegou literalmente à Moda. Tanto que, no ano passado, falamos aqui no blog sobre a Moda Sem Gênero, conceito que mistura peças femininas e masculinas em um mesmo look (se você não leu, clique aqui). Agora, vamos nos aprofundar em outro assunto que também tem a cara dessa nova fase: as cores.
A Moda é um dos melhores exemplos de democracia, porque cada um veste o que quer, o que se sente bem. Mas, você sabia que as cores podem dar uma mãozinha para a sua autoestima? É verdade. E isso acontece por meio de uma técnica chamada Colorimetria, aplicada por consultoras de imagem e estilo especializadas nessa área.
É o caso da Vanesca Leite, que conversou novamente com a gente. Dessa vez, ela ensina o bê-á-bá da Colorimetria, de forma bem simples. “Essa técnica descobre a coloração pessoal, que são as melhores cores para cada pessoa. A cliente faz testes e, como resultado, recebe uma cartela de cores que a deixam mais bonita da cintura para cima. As cores têm o papel de reduzir a percepção das manchas na parte superior do corpo, clarear olheiras e criar uma harmonia com os tons de pele, cabelo e olhos de cada um”, explica a consultora. É como um lifting, só que imediato e na hora que você quiser. Uau!
Antes de contar como são realizados esses testes, aqui vão outras informações interessantes. A coloração pessoal é baseada no método sazonal expandido, sendo que sazonal se refere às estações do ano (primavera, verão, outono e inverno) e expandido se refere às cartelas de cada estação, que são três. Juntando tudo, sabemos que as consultoras começam os testes com 12 cartelas e terminam com uma só. Mas, como isso acontece?
Vanesca responde. “Antes de começar a avaliação, a cliente veste um avental para neutralizar a cor da roupa e do cabelo. Ela deve estar sem maquiagem. Depois, é utilizado um tecido com várias cores para identificar a temperatura do subtom de pele dela, que pode ser quente ou fria. Se for quente, focaremos em cartelas de primavera e outono. Se for fria, as cartelas trabalhadas serão verão e inverno. Essa é a primeira fase do teste”, esclarece.
Agora vem a segunda fase, que vai encontrar a coloração pessoal. Ainda há seis cartelas para analisar. “Aqui, as cartelas serão abertas e colocadas embaixo do rosto. A Colorimetria é realizada sempre antes das 16h, porque a técnica exige luz natural. Portanto, quando a luz encontra os tecidos, as cores refletem no rosto e a consultora pode analisar esse comportamento. Com isso, a cliente terá a sua cartela de cores, equivalente a uma das duas estações restantes da primeira fase”, finaliza a profissional.
Nos meses de dezembro, a Pantone elege uma cor para reger o ano seguinte e divulga uma lista de cores que serão tendência na Moda, na decoração e em vários segmentos. Se você nunca ouviu falar da Pantone, trata-se de uma empresa internacional fundada em 1962, que fabricava cartões de cores para companhias de cosméticos. A Pantone é conhecida pelo seu sistema de cores, e as grandes marcas ficam de olho nessa época para saber quais caminhos a empresa vai apontar.
Para 2019, o Living Coral foi o escolhido, e as vitrines estão exibindo várias opções de peças e combinações com essa cor (dê uma olhadinha nas lojas do Shopping Parque Balneário). É nesse momento que algumas pessoas entram de cabeça no dilema “uso x não uso: eis a questão”. Talvez nem Shakespeare soubesse o que fazer, mas a Vanesca sabe. E ensina! “Quando você gosta de uma cor que não fica bem, é só usá-la longe do rosto”.
Como falamos no começo do artigo, a Colorimetria descobre quais cores favorecem a pessoa da cintura para cima. Portanto, as cores que não favorecem são colocadas da cintura para baixo, em bottons (calças, saias, shorts, bermudas), sapatos e até bolsas. Pontos de cor dão uma nova cara ao look sem gerar conflito com o que cai bem.
Além das cores, a Colorimetria também consegue descobrir qual é a melhor estampa para cada pessoa. E a regra é a mesma. Estampas que não caem tão bem devem ser usadas longe do rosto. Mas, o que essa técnica tem a ver com o empoderamento?
Para Vanesca, “o empoderamento independe da roupa. Você pode estar de shorts e camiseta. Não existe uma cor ou modelo que vá te empoderar mais ou menos. É atitude, conhecimento do seu estilo, maneira de pensar. E a roupa é o resultado disso”. Logo, a Colorimetria é uma ferramenta para que as pessoas descubram o que está nas entrelinhas do que elas vestem e usem essas informações a seu favor. Se conhecimento é poder, autoconhecimento é empoderamento!