Vocês conhecem o Teste da Bochechinha? Pelo nome, é possível imaginar a quê esse nome se refere. E esse exame, que é novinho na Medicina, porém de grande importância, é o assunto do artigo dessa semana. Continuem lendo para saber todas as informações que a equipe do Shopping Parque Balneário levantou sobre ele.
Após mais de 10 anos de pesquisas, o Teste da Bochechinha foi disponibilizado esse ano na rede privada de saúde para complementar o diagnóstico do Teste do Pezinho, realizado pelo SUS em todas as maternidades do Brasil. De acordo com a pediatra e atual presidente da Regional Baixada Santista da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Gláucia Veiga Corrêa, os testes detectam doenças diferentes nos recém-nascidos. “O Teste do Pezinho rastreia seis doenças genéticas e metabólicas mais comuns nos bebês. Já o Teste da Bochechinha pode detectar até 287 doenças, mas que apresentam alterações genéticas. Por isso, dizemos que os testes são complementares”, explicou.
O exame não é barato. Então, perguntamos o motivo dele ainda não ser disponibilizado pelo SUS, e a médica esclareceu. “Passa pela questão da saúde pública. Para o Ministério da Saúde, priorizar o rastreamento e diagnóstico de doenças genéticas raras, nem sempre tratáveis com os recursos disponíveis no SUS, é algo que deve ser muito bem avaliado. Temos graves questões de saúde para serem resolvidas prioritariamente em nosso país”, disse. Além disso, a baixa incidência (cerca de 4%) de doenças genéticas em um bebê que nasceu saudável faz com que o Teste do Pezinho continue sendo suficiente.
Os pais que quiserem ou precisarem requisitar o Teste da Bochechinha devem procurar as clínicas que realizam o exame na Baixada Santista. Ele pode ser feito a partir do nascimento e não tem idade máxima para coleta, mas deixa de fazer sentido após os 10 anos de vida da criança.
A coleta é bem simples, rápida e indolor. Ao pedirem o exame, os papais receberão um kit e a coleta pode ser feita em casa (mas, os profissionais de saúde das clínicas também realizam o procedimento). É preciso apenas impedir o bebê de ingerir refeições ou colocar objetos, como mordedores e chupetas, na boca por 30 minutos. Em seguida, basta inserir o coletor bucal na parte interna da bochecha e fazer a raspagem, para que a sua extremidade absorva as células de saliva da mucosa do bebê. Terminando, o coletor é lacrado em um tubo e enviado ao laboratório.
Durante a análise, as células da saliva terão sua sequência de DNA analisadas pelo algoritmo de inteligência artificial da empresa. A pediatra contou que, para o desenvolvimento de um exame que detectasse doenças antes do aparecimento de qualquer sintoma, foi necessária mais de uma década de pesquisa. “Como resultado, agora é possível identificar doenças hematológicas, como anemias hereditárias e hemofilia, que podem ser tratadas antes das manifestações clínicas; doenças ligadas a deficiências de imunidade, em que podemos orientar melhor a cobertura vacinal; doenças endócrinas, como a diabetes congênita, e associadas a quadros pulmonares, como a fibrose cística, que podem ser prevenidas com uma orientação nutricional adequada, e outras”, listou.
Ainda que o custo do exame seja elevado, é importante que os pais saibam da existência do teste e da sua importância. É mais um avanço significativo da Medicina na prevenção de doenças logo nos primeiros meses de vida.